Alessandra Balbino

Alessandra Balbino - E-mail : alessandrabatistasadv@gmail.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os olhos vêem, o coração nega ! Beco da Viúva

A caminhada no Xavante (bairro em Belford-Roxo), foi marcante como todas. Eu porém não consigo pedir votos sem olhar nos olhos. Nossa geração "FAST", onde tudo deve ser feito com rapidez, numa freqüência ininterrupta sem tempo para peder tempo, onde todos correm por si ... Essa filosofia é capitalista, o maior lucro no menor tempo. Opa, mais é preciso parar e refletir muito e calmamente. Ontem pude falar com cada um e perceber que existe muito mais do que só a minha expectativa de ser eleita, a análise fria mostra uma população cheia de perspectivas e sonhos, carente de ações políticas, ao passar pelo Beco da Viúva, onde em pleno século XXI, o que se vê são condições sub-humanas de existência, falta o saneamento ambiental, tratamento de esgoto que corre a céu aberto. Por um momento sinto uma repulsa por tudo e até mesmo pelo sistema político, me pergunto como ? Para que se justifica a existência do Estado, as garantias fundamentais, as cláusulas pétreas da Constituição Federal, direito à vida, as pessoas estão sujeitas ao estado de ânimo dos governantes. Compartilho da revolta e tristeza da população, quero trabalhar para mudar esse quadro que machuca nossos corações, na reunião com aquelas mulheres do Beco da Viúva, me vi nos olhos delas, e, não podia ser "FAST" ali, queria ouvi-las, afinal esse é um traço da natureza feminina, falar. Sai dali revoltada, querendo negar o que vi, porque a caminhada precisava continuar e político tem que sorrir, ser simpática, essa é a ditadura da imagem. Mais enfim, obrigado Xavante por me receber, voltarei se Deus permitir e sei que a minha fome por mudança movimentará nossas vidas.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Necessidade de Horário Alternativo das Creches

A partir da década de 70 até os dias de hoje, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem apresentado uma espantosa progressão. Se em 1970 apenas 18% das mulheres brasileiras trabalhavam, chega-se a 2007 com mais da metade delas ( 52,4%) em atividade.


No entanto, o trabalho das mulheres não depende tão somente da demanda do mercado e das suas qualificações para atendê-la, mas decorre também de uma articulação complexa de características pessoais e familiares. A presença de filhos, associada ao ciclo de vida das trabalhadoras, à sua posição no grupo familiar - como cônjuge, chefe de família etc -, à necessidade de prover ou complementar o sustento do lar , são fatores que estão sempre presentes nas decisões das mulheres de ingressar ou permanecer no mercado de trabalho. Essa última decisão, certamente, é mais premente para as chefes de família, segmento que só tem aumentado: só nos últimos cinco anos analisados, a sua proporção na população residente passou de 25,5% para 33% ( TABELA 1).

Tradicionalmente, os efeitos da maternidade na vida profissional das mulheres eram evidenciados, até a década de 70, pela diminuição das taxas femininas de atividade a partir da idade de 25 anos, quando, presumivelmente, os filhos eram ainda pequenos.

A partir de meados dos anos 80, entretanto, uma reversão dessa tendência vem se consolidando, indicando que a atividade produtiva fora de casa tornou-se tão importante para as mulheres quanto a maternidade e o cuidado com os filhos. Em primeiro lugar, os efeitos da maternidade no trabalho feminino permanecem, mas foram bastante atenuados, uma vez que as taxas de atividade das mulheres com idade entre 25 e 29 anos passaram a se assemelhar - e até superar - àquelas das mulheres entre 20 e 24 anos. Na idade reprodutiva, 30 a 49 anos, o percentual de mulheres em atividade atinge o patamar de 73%, em 2007.

Ainda que a presença de crianças pequenas seja um limitador real da atividade feminina, outras variáveis podem vir a estimulá-la: a presença de serviços públicos e particulares de atenção à maternidade ( mais comuns em zonas urbanas), a necessidade econômica das famílias para fazer frente, seja ao desemprego de vários de seus membros, seja à renda domiciliar diminuída ou mesmo, ainda que em menor medida, a presença de um maior poder aquisitivo de um segmento de famílias o qual, mesmo na ausência daqueles serviços, propiciam às trabalhadoras o necessário suporte para a sua ausência do lar. É isso que os dados para 1998 parecem sinalizar e que fica ainda mais claro em 2007: neste último ano, a taxa de atividade das mulheres com filhos com idade até 2 anos (55,3%) apresenta-se apenas um pouco menor que aquela total ( 57%), embora ainda distante da taxa das mulheres com filhos maiores de 7 anos (72,5%), as quais, mais liberadas do cuidado com crianças pequenas, podem se dedicar mais integralmente ao trabalho ( TABELA 3).

Em segundo lugar, as mulheres têm permanecido no mercado de trabalho cada vez por mais tempo: se em 1970 apenas 19% e 15% das mulheres com idade entre 40 e 49 anos e 50 e 59 anos, respectivamente, estavam ativas, em 2007 as taxas de atividade nas mesmas faixas etárias eram, respectivamente, 70% e 53%.

Outro indicador , revelador desse movimento , é a crescente participação das cônjuges no mercado de trabalho: em um período de pouco menos de 30 anos ( 1980/2007) as suas taxas de atividade passaram de 20 para 58%, portanto, quase triplicando no período.

É possível afirmar, portanto, que, no âmbito da oferta de trabalhadoras, têm havido significativas mudanças. Restam, no entanto, algumas continuidades que dificultam a dedicação das mulheres ao trabalho ou fazem dela uma trabalhadora de segunda categoria. Em primeiro lugar, as mulheres seguem sendo as principais responsáveis pelas atividades domésticas e pelo cuidado com os filhos e demais familiares, o que representa uma sobrecarga para aquelas que também realizam atividades econômicas. Exemplificando concretamente essa sobrecarga, confronte-se a grande diferença existente entre a dedicação masculina e a feminina aos afazeres domésticos: os homens gastam nessas atividades, em média, 10,3 horas por semana e as mulheres, 26 horas.

Estando ou não no mercado, todas as mulheres são donas-de-casa e realizam tarefas que, mesmo sendo indispensáveis para a sobrevivência e o bem-estar de todos os indivíduos, são desvalorizadas e desconsideradas nas estatísticas, que as classifica como "inativas, cuidam de afazeres domésticos". No entanto, ao considerar o tempo total gasto em atividades produtivas e reprodutivas por homens e mulheres, é possível constatar que elas consomem , mais do que eles, horas de dedicação ao trabalho em geral- 65,4 horas elas, 57,7 eles, por semana, em 2007 (TABELA 6). A estreita relação entre atividades produtivas e reprodutivas também pode ser observada por meio do tempo semanal gasto em afazeres domésticos, por um e outro sexo, segundo sua condição de ocupação. Como os dados revelam, devido á disponibilidade de tempo, os desocupados e as desocupadas dedicam um número maior de horas aos afazeres domésticos do que os/as ocupados/as, nas duas datas examinadas, mantidas as grandes diferenças entre os sexos.

Quem cuida das crianças ? a pizza que você come naquela pizzaria que você gosta tanto, e que muitas vezes é servida por uma mulher, será que ela tem filhos ? e se sim com quem ficam ? no posto de gasolina, e no supermercado, nas redes 24 horas de serviços ?

Há quem diga que o horário alternativo das creches não serve para muita coisa. Mais se pensarmos bem veremos que isso não é verdade. Precisamos ter políticas públicas adequadas, que se mostrem capazes de fazer com que essa trabalhadora seja amparada nas suas necessidades.

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Sejam Bem Vindos !!!

"Ela tem um coração do tamanho de uma baleia; em seu trabalho é um leão de competência, uma dessas mulheres que vão até a raiz dos problemas e nada a assusta."

Um Pouco de Mim...

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Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brazil
Sou uma mulher determinada e realizadora. Tenho metas e objetivos claros a respeito da Política Pública e uma das minhas frase é Política Pública sem orçamento é PAPO SEM FUNDAMENTO. inserida nos Movimentos Sociais aos 15 anos já participava ativamente do Grêmio Estudantil do CEPK, aos 19 anos me filiei ao PDT e concorri as eleições em 2000 para vereadora, e em 2012, profissionalmente me especializei nas questões de gênero na defesa da mulher vitíma de violência,bacharel em direito Congregada da Assembléia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) Membro Fundadora da OSCIP Pólis Mulher e Cidadania em Movimento. Ministro Cursos de Como Falar em Público, Política Pública, Orçamento Público, Funções do Legislativo e Executivo, Ofereço Coaching de líderes de várias áreas e legisladores e agentes públicos, orientando na realização de projetos para municípios, e para atuar na política. Entre em contato pelo e-mail alessandrabalbinoadv@gmail.com Beijo enorme !