Alessandra Balbino

Alessandra Balbino - E-mail : alessandrabatistasadv@gmail.com

segunda-feira, 28 de junho de 2010

MAIS MULHERES NO PODER ! PELO FIM DA EXCLUSÃO DAS MULHERES NA POLÍTICA




A exclusão das mulheres da política, no Brasil, começou a mudar no dia 24 de fevereiro de 1932. Neste dia, elas adquiriram o direito de voto por meio de um decreto presidencial de Getúlio Vargas. Tal conquista seria impossível durante a República Velha, já que na Constituinte de 1891 o voto feminino foi negado sob o argumento de que seria “um estímulo ao fim das famílias”.
Contudo, ainda no final do século XIX, novos ventos sopravam de regiões distantes.
O primeiro país a garantir o direito de voto para as mulheres foi a Nova Zelândia, em 1893. A primeira mulher eleita para o parlamento tomou posse na Finlândia em 1907.
O Brasil, que foi o último país a eliminar a escravidão oficial, não poderia ser o último a negar cidadania às mulheres. As mulheres brasileiras conquistaram o direito de voto antes das mulheres de muitos outros países, com as francesas, por exemplo.
Todavia, até os dias de hoje, as mulheres não ocuparam o espaço merecido na política.

No dia 24 de fevereiro – dia da conquista do voto no Brasil – se comemora o fim do jugo que as excluía do direito de votar.
Desde então, podem sufragar seus irmãos, maridos e outros homens, mas um reduzido número de mulheres tem conseguido um mandato eletivo.

Poucas podem legislar e executar. Como os descendentes dos escravos afrobrasileiros que conseguiram a alforria, mas não deixaram de ser socialmente excluídos, as mulheres conquistaram a liberdade de escolha, mas não a liberdade de serem efetivamente escolhidas.
Para uma verdadeira confraternização, a presença das mulheres nas instâncias de decisão política deveria ser, em boa medida, proporcional ao seu peso real na população.

Mas as mulheres são apenas 9% da Câmara Federal e cerca de 12% dos assentos nas Assembléias Legislativas. São, aproximadamente, 12% das Câmaras Municipais e 9% dos executivos municipais.

O sistema político brasileiro tem uma inquestionável natureza excludente Juridicamente,“todos são iguais perante a lei”. Esta formulação sintetiza o discurso liberal da cidadania.
Mas, na prática, existe um déficit democrático no que se refere à distribuição do poder político entre os gêneros masculino e feminino.Novamente os ventos internacionais apontaram o caminho: convenções e tratados consensuados no âmbito da Organização das Nações Unidas e ratificados pelo Congresso Nacional passaram a reconhecer direitos endereçados às pessoas ou grupos sociais vítimas de preconceitos de raça, gênero e classe.

A experiência de outros países mostra que não basta a consolidação de normas jurídicas voltadas para o combate à discriminação, tornando-se necessário ir além, por meio de medidas voltadas para a promoção da igualdade.

É este raciocínio que fundamenta as políticas de “ação afirmativa”
enquanto medidas temporárias e especiais de proteção a grupos sociais excluídos, visando a promover sua ascensão na sociedade até um nível aceitável de equiparação aos demais grupos historicamente privilegiados.

No Brasil, a lei que pretende garantir um nível mínimo de candidaturas femininas foi instituída nas eleições de 1996, estabelecendo cotas de 20% para as mulheres. A cota mínima passou para 25% em 1998 e para 30% a partir das eleições do ano 2000.

Diversas pesquisas de opinião têm mostrado que o eleitorado brasileiro considera as mulheres bem preparadas para assumir cargos públicos. Se dependesse somente do eleitorado, haveria crescimento expressivo do número de vereadoras e prefeitas eleitas.

Acontece que as mulheres não dependem apenas dos eleitores.
Para se chegar ao parlamento municipal, estadual ou federal é preciso passar por um verdadeiro vestibular que afunila as chances de uma mulher ser candidata. E, o pior, neste “vestibular” os critérios de escolha não são baseados no mérito, mas, sim, na lógica da hierarquia partidária.


Infelizmente, a maioria dos partidos políticos brasileiros herdou práticas sexistas e abre espaços para as mulheres somente como “formiguinhas” que trabalham muito nas bases, mas raramente são aceitas como “companheiras de poder” na hora de decidir as candidaturas e a ocupação de cargos públicos em que o partido esteja contemplado.

Neste quadro, temos uma espécie de paradoxo:
enquanto cresce a aprovação popular ao desempenho das mulheres nas atividades públicas e o eleitorado se mostra disposto a referendar, no voto, a igualdade de gênero, os partidos políticos pouco fazem para se adaptar a esta nova realidade.
Na corrida de obstáculos da política, as mulheres raramente podem se colocar como uma nova alternativa que responda aos anseios do eleitorado, pois encontram dificuldades de galgar postos-chaves na estrutura partidária.

Resta a esperança de que, na disputa eleitoral, os eleitores possam premiar aqueles partidos que se oponham ao déficit democrático existente nas instâncias de decisão política, possibilitando uma presença feminina nas listas eleitorais proporcional à contribuição efetiva das mulheres para a sociedade brasileira. O dia 24 de fevereiro tem sido marcado pela comemoração da conquista do voto feminino e pela luta por maior inserção nos cargos eletivos. Neste 2009, está posta, pela primeira vez de forma competitiva, uma candidatura feminina à Presidência da República. Para além dos posicionamentos político-partidários, é salutar a novidade. Resta saber se será um fato isolado ou irá se espraiar para os demais cargos eletivos para que o Brasil saia da lanterninha do ranking mundial da participação feminina na política.

Um comentário:

  1. Alessandra, meu direito ao voto não começo em 24 de Fevereiro, como diz o artigo, começou quando as reuniões e você entraram em minha vida, hoje estou adquirindo a tão falada "consciência política", graças ao amor que você passa pelo socialismo e que a política honesta realiza o que eu sonhava quando pensava em ser Assistente Social, é o pensar no bem estar comum e não deixa de ser Cristã, pois o objetivo é o próximo, fico feliz por conhecer maneira de fazer algo ao invés de ficar sentada criticando!!! Obrigada, que Deus lhe abençõe, pois Nele já é mais que vencedora. Beijoosss!!!
    Mônica Xavier de Oliveira Moço (Cunhada da Ana Cláudia).

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"Ela tem um coração do tamanho de uma baleia; em seu trabalho é um leão de competência, uma dessas mulheres que vão até a raiz dos problemas e nada a assusta."

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Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brazil
Sou uma mulher determinada e realizadora. Tenho metas e objetivos claros a respeito da Política Pública e uma das minhas frase é Política Pública sem orçamento é PAPO SEM FUNDAMENTO. inserida nos Movimentos Sociais aos 15 anos já participava ativamente do Grêmio Estudantil do CEPK, aos 19 anos me filiei ao PDT e concorri as eleições em 2000 para vereadora, e em 2012, profissionalmente me especializei nas questões de gênero na defesa da mulher vitíma de violência,bacharel em direito Congregada da Assembléia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) Membro Fundadora da OSCIP Pólis Mulher e Cidadania em Movimento. Ministro Cursos de Como Falar em Público, Política Pública, Orçamento Público, Funções do Legislativo e Executivo, Ofereço Coaching de líderes de várias áreas e legisladores e agentes públicos, orientando na realização de projetos para municípios, e para atuar na política. Entre em contato pelo e-mail alessandrabalbinoadv@gmail.com Beijo enorme !