Alessandra Balbino

Alessandra Balbino - E-mail : alessandrabatistasadv@gmail.com

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ARRELIADAS... IRRITADAS, ZANGADAS: PARA 2010 SÓ ISSO, NÃO ADIANTA !


Quero começar este texto com uma citação de um grande escritor brasileiro: Graciliano Ramos, que em Vidas Secas, nos convida a ver o mundo através dos olhos de Fabiano, um vaqueiro do sertão nordestino. Em um trecho, Fabiano vê que está sendo enganado pelo fazendeiro no acerto de contas. Mas sabe que, se protestar, sua família sofrerá sérias conseqüências. Avalia a situação e guarda para si o rancor. Não pode reagir : “[Fabiano] olhou as cédulas arrumadas na palma, os níqueis e as pratas, suspirou, mordeu os beiços. Nem lhe restava o direito de protestar. Baixava a crista. Se não baixasse desocuparia a terra. Largar-se-ia com a mulher, os filhos pequenos e os cacarecos. Para onde hem? Tinha para onde levar a mulher e os meninos ? Tinha nada!(...) Se pudesse mudar-se, gritaria bem alto que o roubavam. Aparentemente resignado, sentia um ódio imenso a qualquer coisa que era ao mesmo tempo a campina seca, o patrão, os soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na verdade era contra ele. Estava acostumado, tinha a casca muito grossa, mas ás vezes se arreliava. Não havia tanta paciência que suportasse tanta coisa.
____ Um dia o homem faz besteira e se desgraça. Pois não estavam vendo que ele era de carne e osso” (Graciliano Ramos Vidas Secas).
O sentimento de “Fabiano” é o mesmo que muito de nós abrigamos; O objetivo desse texto é levar o leitor a uma profunda reflexão sobre nossa cidadania, ser cidadão. O capitalismo gera outros Fabianos, onde o que importa é a avidez pelo lucro, sem se importar com as necessidades mais básicas dos seres humanos. Essa passividade e nenhum poder de reação de Fabiano tem relação direta com a colonização, o Brasil nunca foi uma nação antes de ser colônia; os nossos antepassados estavam completamente sujeitos aos mandos e desmandos da metrópole que agia inteligentemente para manter seu domínio sobre as nossas vidas, isso nos custou muitas coisas, inclusive uma entrada tardia na revolução industrial que como conseqüência representou atraso para nosso povo, tudo devidamente pensado, a metrópole cuidou de atrasar ao máximo nossa independência, essa não os interessava. As mudanças deviam ser comedidas a fim de não mexer nos privilégios, para se ter uma idéia o governador de Minas Gerais A.Carlos em 1930 disse : “Façamos a revolução antes que o povo a faça.” A intenção não era melhoria, mas sim impedir que a totalidade dos direitos do povo fossem cumpridos, isso fatalmente redundaria em diminuição de privilégios e independência. Na transição do período Brasil/Colônia e Brasil/Nação foram ignoradas mudanças essenciais como distribuição de terra e renda, esse modo de agir fez com que ainda hoje tenhamos grandes latifúndios improdutivos e muita gente humilde sem casa e sem um plano adequado de habitação, e enquanto isso os Fabianos vão sendo gerados.
Essa questão séria do “roubo” institucionalizado que Fabiano nos conta, é outro problema que o nosso Brasil enfrenta, essa concentração de poder e por outro lado a população cada vez alheia as questões políticas e dos processos decisórios do país, esses elementos unidos, formam o ambiente perfeito para proliferação desse mal chamado corrupção. A corrupção é um mal muito antigo, um exemplo é o de Judas que procurava um meio de aumentar mais e mais sua riqueza. Um abismo chama outro abismo e os olhos dos maus nunca se fartam (Sl 42.7; Pv 27.20); A maracutaia teve origem quando o tesoureiro “foi ter com os príncipes dos sacerdotes”. Convém que se estabeleçam relações amistosas com os régios palacianos. Judas, como um bom mercenário, conhecia o caminho das pedras. Desde que o ilícito produza bons resultado$, a elite palaciana aceita qualquer negócio. O tesoureiro foi à pessoa certa, na hora certa. Isto é, falou em dinheiro com quem tem dinheiro. Acertaram o preço da corrupção: trinta moedas de prata. Judas deve ter pensado; “Esse dinheiro caiu do céu”. Ao ver a postura despojada do Governador do DF essa semana na televisão, recebendo um paco de dinheiro, imagino que ele deve ter tido o mesmo pensamento “Esse dinheiro caiu do céu”.
Senti-me como “Fabiano”, sabia que estava sendo roubada e me arreliei, imagino que outros também. Ainda bem que não há nada encoberto que não seja manifesto, e assim se cumpre o livro mais atual de toda a terra, a bíblia. Se arreliar não é suficiente, esse é um Desafio Brasileiro, é um desafio meu e seu. O exercício da cidadania pressupõe indivíduos que participem da vida comunitária, um dos direitos mais importantes do cidadão é o de não ser vítima de corrupção. A corrupção corrói a dignidade do cidadão, contamina os indivíduos, deteriora o convívio social, arruína os serviços públicos e compromete a vida das gerações futuras e atuais.
Precisamos pensar e mudar a nossa forma de agir, precisamos pelo menos uma vez protagonizar nossa história e exigir mecanismos, dispositivos de lei que impeçam ao máximo a corrupção. Não podemos mais esquecer em quem votamos na última eleição, não podemos mais esforçar para mostrar que não é conosco, não podemos mais ver pessoas morrendo por falta de investimento na saúde, pessoas desesperadas por não terem trabalho, comida, casa, por falta de política pública de verdade. Antes que 2010 chegue, cabe-nos um exame de consciência, que tipo de cidadão tenho sido, tenho me “arreliado” constantemente, e o que tenho feito ? Lembre-se o Ano Novo só brotará de verdade quando Isaías 58 de 6 a 12 se concretizar em cada um de nós e em todos a nossa volta. Feliz 2010.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Grandes Mulheres, Grandes Lideranças

A História vem sendo escrita por vários anos, e das minorias existentes no nosso país o Movimento de Mulheres, vem se destacando e tomando proporções impensáveis, a 74 anos atrás. Um dos primeiros movimentos feministas liderado por Berta Lutz, foi considerado conservador, porque ressaltavam como virtudes as capacidades domésticas e maternas. Berta Lutz na luta pelo direito ao voto declarou : “Os direitos políticos de uma mulher não significarão um rompimento com a família, com o seu papel tradicional de esposa e mãe. [...]Sendo o lar o local tipicamente feminino, nem por isso deve a mulher limitar seus horizontes a ele[...] Ser feminista não é, de nenhum modo abdicar dos belos atributos morais, da sensibilidade e delicadeza afetivas, não é desvirtuar a finalidade sublime da mulher na terra: filha, noiva, esposa, mãe”. O que felizmente podemos perceber que as reivindicações daquele Movimento Feminista passava longe das querelas relacionadas as questões da dominação patriarcal, onde muitas mulheres se achavam em condições totalmente inferiores aos homens, Berta Lutz, levava o movimento a travar sua luta de forma extremamente estratégica. Berta Lutz entendia que sua luta era travada especialmente contra o conservadorismo, preconceito, aliado ao machismo e ainda o medo de muitas mulheres que consideravam sua atividade subversiva; sua militância pelo direito ao voto feminino era para muitos a luta contra as famílias e os bons costumes tradicionais na época. Portanto discutir que os homens poderiam dividir as tarefas domésticas, que as mulheres podiam e eram capazes de desenvolver tarefas tipicamente masculinas, entre outras questões relacionadas os patriarcalismo, eram colocados em um segundo momento, Berta Lutz, tinha consciência que primeiro tinha que vencer o preconceito contra as mulheres no sentido de que elas também teriam direito de decidir os rumos da nação através do voto, essa luta foi denominada “Movimento Feminino Sufragista”. Berta Lutz e suas companheiras, sabiam que depois desse direito adquirido, sua luta não seria esquecida, e que outras gerações receberiam o legado, dando continuidade as outras lutas que naquele momento não foram empreendidas, seriam deflagradas certamente. Na mesma sintonia em 1910 um grupo de mulheres, liderado pela professora Leolinda Daltro funda o Partido Republicano Feminino, tendo como objetivo mobilizar as mulheres pelo direito ao voto feminino. Um partido fundado por mulheres que não tinham direitos políticos. Tamanho era o descontentamento que o Senador Muniz Freire em 1890 declarava “ Estender o direito de voto à uma mulher é uma idéia imoral e anárquica, porque, no dia em que for convertida em lei, ficará decretada a dissolução da família Brasileira”. Como não poderia deixar de ser, em 1822 cria-se sob a liderança de Berta Lutz a Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino, que cerra fileiras com o mesmo objetivo, o direito da mulher votar e ser votada. E lá Estavam Leolinda Daltro, Berta Lutz a frente do Movimento Sufragista que consegue em 1932, através do Presidente Getúlio Vargas o Decreto Lei 21.076/32, que concedia o direito da mulher votar e ser votada. Esse é o espírito da luta das mulheres, o Movimento de Mulheres, que se levanta contra pensamentos como o do senador citado. Resgatar o papel de importância da mulher na sociedade, e a conquista de direitos é pauta prioritária nesse universo político ainda machista e preconceituoso. A exemplo de uma mulher que foi elevada a um cargo político por seu próprio povo, que foi conselheira, discutindo e sugerindo soluções para pessoas com problemas; essa mulher foi Débora, sua história registrada na Bíblia, conta que ela convoca Baraque para treinar um exército para a guerra, este por sua vez, hesitou dizendo que só iria se Débora fosse. Ela foi, venceu a guerra, teve um papel que aos olhos de muitos seria do homem. Não seria demais que nós da Liga Feminina conjecturassemos a respeito, dizendo que Berta Lutz poderia ter se inspirado na história de Débora, porque uma de suas afirmações vêem ao encontro do perfil exato de Débora, que exerceu uma liderança incomum e demonstrou ser capaz de tomar decisões para salvar a nação de dificuldades, e ainda foi dona-de-casa, esposa e mãe em Israel. Isso em 1375 - 1050 a.C. Que esse relato inspire outras mulheres.

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Sejam Bem Vindos !!!

"Ela tem um coração do tamanho de uma baleia; em seu trabalho é um leão de competência, uma dessas mulheres que vão até a raiz dos problemas e nada a assusta."

Um Pouco de Mim...

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Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brazil
Sou uma mulher determinada e realizadora. Tenho metas e objetivos claros a respeito da Política Pública e uma das minhas frase é Política Pública sem orçamento é PAPO SEM FUNDAMENTO. inserida nos Movimentos Sociais aos 15 anos já participava ativamente do Grêmio Estudantil do CEPK, aos 19 anos me filiei ao PDT e concorri as eleições em 2000 para vereadora, e em 2012, profissionalmente me especializei nas questões de gênero na defesa da mulher vitíma de violência,bacharel em direito Congregada da Assembléia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) Membro Fundadora da OSCIP Pólis Mulher e Cidadania em Movimento. Ministro Cursos de Como Falar em Público, Política Pública, Orçamento Público, Funções do Legislativo e Executivo, Ofereço Coaching de líderes de várias áreas e legisladores e agentes públicos, orientando na realização de projetos para municípios, e para atuar na política. Entre em contato pelo e-mail alessandrabalbinoadv@gmail.com Beijo enorme !