Alessandra Balbino

Alessandra Balbino - E-mail : alessandrabatistasadv@gmail.com

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Violência, violência e só violência


Me silencio. Nossa ! mais você deveria gritar... Isso é o que se ouve de todos que se deparam com aquelas pessoas que são vítimas de violência, mais vai a pergunta : O que está por trás deste silêncio ? Quais são as razões pelas quais este silêncio faz parte dos meus dias ? São perguntas, muitas sem resposta, pois o silêncio em si tem um preço e que muitas de nós não queremos e não suportamos pagar. São tantas as formas de violência, que é preciso aprender os tipos o que são e como se dão, verdade é, que quem sofre e sente nem sempre as conceitua adequadamente, cientificamente falando e do ponto de vista da sociedade em geral, nem sempre o que sofremos é uma “violência”, porque por diversas vezes somos acusadas de motivarmos o ato de violência, o fato de sermos acusadas, não seria só isso um ato de violência ? Poder-se-ia, dizer que se trata de violência do senso comum ? violência de uma sociedade que agride, aculturada na agressão ? O que poderia se dizer de uma autoridade que diz : “Mais você está assim porque quer... ou só as vias de fato nos interessam, as ameaças não importam, não temos tempo para elas...” Há muito que se aprender, há muito o que fazer, para que nossa sociedade seja diferente, o advento da lei Maria da Penha traz em seu bojo o poder coercitivo do estado, punindo o agressor, impedindo-o de praticar seus atos vândalos; mas seria somente esta a violência que deveria ser discutida ? A fragmentação da célula mater da sociedade que é a família, vem sendo açoitada, através dos meios de comunicação em especial a mídia televisiva que deturpa os valores familiares com ensinamentos avessos a família, responder ao pai e a mãe, roubar, mentir, são padrões de comportamento expressos nos personagens que influenciam famílias em especial as crianças, o custo de vida que hoje faz com que mães e pais trabalhem o máximo que podem para dar o melhor para seus filhos e em contrapartida promovem o distanciamento de seus filhos por necessidade, desafio ao leitor(a) a mentalizar uma ou duas mães que assim agem, e as dificuldades sociais são intensas, os serviços essenciais e garantidos na constituição federal como saúde, educação não cumprem exatamente o seu papel, resultando em uma violência social, que traz desdobramentos nefastos. A violência social resulta em violência, e só violência. As medidas de ressocialização do agressor através de desenvolvimento de programas terapêuticossocial, precisam contemplar efetivamente este indivíduo precursor do ato de violência, e romper entre outros o ciclo da violência social é tão importante quanto qualquer outro tipo de violência, porque essa violência muitas e diversas vezes compõe o pano de fundo para as demais que precisam ser erradicadas de nossa sociedade. Comente este artigo através do meu blog : alessandrabalbino.blogspot.com.br .

Alessandra Balbino é presidente do CMDDM,
Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher
em B.Roxo é
Estudante de Direito na UCAM - Universidade Cândido Mendes e

2 comentários:

  1. Minha mãe me mostrou seu artigo. Li e achei interessante. A violência doméstica e familiar é um assunto bem legal. A Lei 11.340/06 é a que trata deste assunto.
    Mas o que será que está por trás desse silêncio ? R: segundo meus olhos, algumas mulheres não têm mesmo com se disvenciliar dos autores dessa violência.
    Insta salientar que o autor dessa violência não é necessariamento o HOMEM (marido ou namorado, ex-marido ou ex-namorado), mas qualquer pessoa que tenha relação familiar com a vítima. A Lei 11.340 (conhecida como Lei Maria da Penha, é bem clara em seus artigos. O legislador realmente se preocupa com as vítimas da violência doméstica (aquela praticada dentro do domicílio, dentro de casa) ou familiar (aquela praticada por qualquer das pessoas que tem relação familiar com a vítima).
    Bem, voltando ao assunto, quanto ao silêncio, acredito que muitas mulheres permanecem em silêncio porque, em muitos dos casos, o marido é o mantenedor da casa. Ex: imagine-se uma mulher que vá a uma DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) e registra uma queixa em face do seu marido. Possivelmente será determinado o afastamento de não sei quantos metros do agressor (neste caso, MARIDO), ficando ele submetido a uma distância mínima com relação à vitima. Porém, se o dito agressor for afastado, acredito que ele não vai querer continuar mantendo a casa (neste momento acho que já estamos caindo na esfera cível da coisa - a saber; casamento e suas obrigações - e todos nós sabemos que as coisas não são assim tão rápidas). Ex2: imagine-se a hipótese da empregada doméstica que noticia o fato de ser vítima de violência em seu trabalho. Ela tem duas opções: ou noticia o fato e perde seu empregou, ou fica calada e continua tendo sua fonte de renda(na maioria das vezes ela fica calada).
    Mas acredito na JUSTIÇA do nosso país. Ah, sobre o que foi dito sobre os direitos fundamentais, devemos sim cobrar do Estado, porém, devemos, também, nos ter a consciência de NOSSAS responsabilidades (atualmente é muito comum você estacionar o seu carro e ser "abordado" por algumas crianças dizendo: "tio, quer que olhe???" - ao me deparar com esta situação, me pergunto: Aonde estão os pais dessas crianças? Porque essas crianças não estão estudando?
    O serviço púbico é prestado pelo Estado à sociedade, porém, a fruição é individualizada por seus membros. Infelizmente nem todos se interessam em se utilizar dos serviços prestados pelo Estado.
    Acredito que a solução tem que ser anterior ao fato. A lei tem que ser anteior ao fato, pois "não há crime sem lei anterior que o defina". Acredito que a Educação tem plena importância nesse aspecto. Se uma pessoa for bem criada e bem educada; enquanto criança - sua fase de desenvolvimento e formação social -, essa mesmas pessoa dificilmente será um "problema" no seio social. Acredito que a educação é a base nesse caso.
    Esse é o meu parecer sobre o artigo. Abraço!

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  2. Thiago, considerando suas palavras, me vem mente que estatísticamente e historicamente as mulheres são as recordistas nos casos da violência doméstica e familiar. Portanto a motivação do legislador tem relação direta com hoje, ou seja a situação que as mulheres brasileiras se encontravam até 2006. Ressalto ainda que a Lei Maria da Penha, como bem sabemos tem o nome de uma personalidade conhecidissíma hoje que, entra para o rol das agredidas, só que dessa vez não figura na listagem das inúmeras anônimas que estão mutiladas, esfaceladas, feridas de forma irreversível no corpo e na alma. As mulheres silentes a que me refiro são essas sim que estão sujeitas a esta relação onde a mulher se submete ao seu marido e que este dependendo de diversos fatores, pode perceber esta entrega como motivador para diversos abusos ou tipos de violência. Ao me referir sobre a violência social, considero uma das mais perversas, porque esta não deixa marcas aparentes, mais priva o indivíduo de direitos e garantias fundamentais expressas na Constituição Federal e afeta proporcionalmente toda à família. Alguns exemplos clássicos, como não ter atendimento médico adequado, não ter emprego, dificuldade de acesso ao emprego digno, ao estudo (que inclusive você menciona) como sendo fundamental. Lembro-me de um noticiário que mostrava um rapaz usuário de drogas que já havia voltado a uma DP por diversas vezes, pedindo pelo "amor de Deus" que continuasse preso, pois ele era viciado em drogas, e pedia por favor que lhe dessem tratamento adequado, pois seu maior sonho era voltar aos 14 anos e nunca ter experimentado drogas, e que se assim conseguisse um tratamento digno poderia resgatar sua esposa e sua filha que havia perdido em decorrência do vício. Na mesma reportagem, foi apontado que o estado não possuia nenhuma clínica ou iniciativa que tratasse diretamente esse rapaz, vitíma direta da violência social. Agradeço, grandemente sua contribuição.

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"Ela tem um coração do tamanho de uma baleia; em seu trabalho é um leão de competência, uma dessas mulheres que vão até a raiz dos problemas e nada a assusta."

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Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brazil
Sou uma mulher determinada e realizadora. Tenho metas e objetivos claros a respeito da Política Pública e uma das minhas frase é Política Pública sem orçamento é PAPO SEM FUNDAMENTO. inserida nos Movimentos Sociais aos 15 anos já participava ativamente do Grêmio Estudantil do CEPK, aos 19 anos me filiei ao PDT e concorri as eleições em 2000 para vereadora, e em 2012, profissionalmente me especializei nas questões de gênero na defesa da mulher vitíma de violência,bacharel em direito Congregada da Assembléia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) Membro Fundadora da OSCIP Pólis Mulher e Cidadania em Movimento. Ministro Cursos de Como Falar em Público, Política Pública, Orçamento Público, Funções do Legislativo e Executivo, Ofereço Coaching de líderes de várias áreas e legisladores e agentes públicos, orientando na realização de projetos para municípios, e para atuar na política. Entre em contato pelo e-mail alessandrabalbinoadv@gmail.com Beijo enorme !