Em tempos de cachoeira precisamos ter cuidado para não sermos arrastados pela correnteza. A correnteza da descrença, desesperança; correnteza amoral. A pergunta que não quer calar é a seguinte : Como se realiza uma campanha política no Brasil ? e disso eu tenho alguma experiência ! Passada a fase preliminar que é a escolha de um partido, depois a disputa interna para se oficializado como pré-candidato esse é um detalhe de suma importância, tem pessoas que nem consegue exercer sua pretensão porque não tem "fechamento" com ninguém, e, é claro não consegue se sustentar na nominata (documento que oficializa os nomes dos candidatos); passada essa fase é preciso comprovar a idoneidade perante a justiça criminal federal, estadual e na esfera eleitoral é preciso apurar se não há registro de crime eleitoral ou condenação, feito isso, registro de candidatura na mão, CNPJ da Receita Federal tudo pronto para oficializar o inicio da campanha, ops ! mais esses são os registros públicos da mesma. Agora, como se faz campanha no nosso país ? a pergunta ainda não foi respondida ! Em uma segunda fase e eu considero a mais árdua, é aquela em que o caráter é provado, aonde os jeitinhos vão acontecendo e os "apoiadores" vão surgindo; a esse respeito existem dois tipos clássicos, o primeiro é aquele que chega para apoiar e que vai logo revelando suas intenções : O que que eu vou ganhar com isso ? ou simplesmente dá as cartas dizendo o que quer e, em troca concederá tal apoio ao candidato (a) que a essa altura, está em desespero porque sabe que 90 dias passam depressa e ele precisa alcançar um número expressivo de eleitores ! O segundo tipo é o clássio "empresário", aquele que tem a grana e esta até disposto a apoiar, mas precisa de garantias e aditamentos para que sua empresa passe a fornecer tal produto nas demandas específicas da máquina; tais operações parecem simples, iniciam em mesas, rodas de conversa, pode ser até mesmo em Paris ! não há fronteiras para que se realizem ! O fato é o seguinte : Quem paga as faturas da campanha, afinal é uma cachoeira de despesas : propaganda de todas as espécies, gasolina, recursos humanos (quem vai balançar as bandeiras), gráfica, internet, telefone, totens, bonecos, bicicletas, uniformes de times de futebol, a dentadura, a cadeira de rodas, a prótese... Uma verdadeira cascata de compromissos, que talvez justifiquem os cahoreiras, as deltas, os cabrais e etc. nesse mundão de meu Deus.
Ah! espero ter respondido a pergunta, lembra do Capitão Nascimento, sim personagem da ficção de Tropa de Elite II, quando falou assim : "No Brasil, eleição é negócio e o voto é a sua mercadoria mais cara", com tanta coisa sendo negociada, com tanto empreiteiro querendo uma casquinha, tanta empresa de medicamentos buscando a "ética de mercado" que é quase impossível nessa correnteza, que os interesses verdadeiros não se afoguem, porque os portadores de tais interesses certamente encontrarão um sistema viciado e cheio de armadilhas, onde o capital manda, comprando corpos, mentes, caráter e tudo o que estiver a venda, e, colocando preço no que não está. Vamos estudar sobre o financiamento público de campanha, esse talvez seja o começo da moralidade tão sonhada e um golpe certeiro na moleira da corrupção.
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